Carta abierta del Movimiento Tierra y Libertad

29.Mar.07    Análisis y Noticias

[carta aberta]Aos militantes do movimento social, aos amigos e apoiadores do MTL

Por MTL-SP 28/03/2007 às 12:20
Indymedia Brasil

Carta do MTL-SP e de Membros da Coordenação Nacional do MTL.

Nosso movimento nasceu da convergência de setores com trajetórias distintas na esquerda brasileira e no movimento social. Somos filhos da reorganização pela qual a esquerda vem passando desde a queda dos regimes do Leste Europeu e do necessário balanço dessas experiências. A aproximação dos setores que compuseram o MTL se deu em base ao reconhecimento da necessidade das mais amplas garantias democráticas aos trabalhadores em suas organizações e do respeito às diferenças em seu interior. Partindo do balanço do socialismo no Século XX e a situação de nossa classe, fragmentada pela ofensiva política e econômica do capital, consideramos que um novo movimento deveria ser anti-capitalista, socialista, e articular a luta na cidade e no campo, combinando de forma flexível a luta política e econômica.
Mas acima de tudo, considerávamos que a necessidade da democracia nos movimentos sociais e organizações políticas dos trabalhadores era a maior lição que a tragédia do Século XX poderia nos ensinar. O começo do fim das experiências socialistas estava na estagnação econômica e tecnológica provocada no predomínio dos interesses da burocracia sobre a planificação econômica, a asfixia e destruição dos organismos que os trabalhadores construíram durante o processo revolucionário e o método da mentira e da desqualificaçã o dos oponentes.
Para nós, como escrito em nosso manifesto, a revolução passa pela tomada da história nas mãos pelos próprio trabalhadores. ?Desde a comuna de Paris, passando pelos Soviets, e pelos conselhos operários da Itália, da Hungria, pela revolução arco-íris no Equador, e pelas assembléias de vizinhos e piqueteiros na Argentina, em todos estes grandiosos momentos, um fio condutor liga acontecimentos tão distantes e diferentes. Este fio é o desejo de homens e mulheres incendiados pela revolução, tomados por uma inacreditável força renovadora que, de repente, os levam a tirarem de suas próprias costas todo fardo do mando e da obediência, e a assumirem, como que num despertar inusitado, a condição de donos de seus próprios destinos?. Em particular, nós que assinamos este documento, sempre defendemos o respeito e a fraternidade no tratamento das diferenças políticas entre as correntes dos trabalhadores, um novo tipo de relação política, uma nova moral no movimento socialista. Este foi o espírito que norteou a fundação do MTL .
Viemos a público para declarar que alguns acontecimentos que estamos assistindo no interior do nosso movimento estão em contradição com essas definições. Infelizmente, um setor de nosso movimento, que se auto-intitula maioria do MTL, sem que essa condição tenha sido comprovada em qualquer encontro, tem passado sistematicamente sobre esses princípios, afetando em particular nosso trabalho no setor agrário em Goiás e Minas Gerais.
Neste caso, os companheiros ligados a um setor do movimento encabeçado por João Batista-Martiniano estão realizando uma luta sectária, fracional e destrutiva, que passa pela queimação e tentativa de desqualificaçã o do representantes da DN de nosso movimento, eleito no último encontro nacional do movimento, afirmando que este estaria afastado do movimento e que não poderia responder pelo MTL. Além disso, convocaram unilateralmente os militantes a participar de um encontro nacional passando por cima da maioria da direção nacional e que não conta sequer com o conhecimento da totalidade de seus membros. Em Minas o encontro agrário do Conlutas quase foi inviabilizado, com a tentativa de desautorização pública de outra companheira da direção nacional, a companheira Eliana, conhecida e combativa militante sindical e popular. Some-se a tudo isso que a direção nacional do MTL não se reúne desde a sua eleição em 2005.
Mas o pior estava por vir. No último dia 20/03 Maiara Rodrigues Galante, 15 anos, estudante do primeiro ano do curso de técnico agrícola, da Escola Família Rural ? 25 de julho, foi expulsa da escola devido as posições do Tio, membro da direção nacional eleita do MTL. Tal atitude seria intolerável se tomada pelo estado burguês, quanto mais por membros de um movimento social que subscrevem os principios enumerados acima. Fazemos um chamado a esses companheiros à responsabilidade e ao respeito frente a nossa própria militância no MTL.
Por isso, nós, militantes do MTL, abaixo assinados, declaramos que nosso movimento não tem outro dono que não suas bases. Na nossa opinião, as atitudes dos companheiros que citamos nesta carta, contradizem o que defendemos desde a fundação do MTL, seu espírito democrático, tolerante para com as diferenças políticas e plural. Por isso, declaramos que os militantes e dirigentes do Poder Popular/MES (Movimento da Esquerda Socialista) não falam em nome do conjunto do MTL nem nos representam nas instâncias gerais do movimento de massa ou organismos políticos dos trabalhadores. Muito menos houve qualquer fusão entre o conjunto do MTL com o MES, que é uma corrente política interna ao PSOL, como tem sido apregoado em alguns lugares. Não sairemos do MTL, bandeira que ajudamos a construir. Seguiremos reivindicando a bandeira, o manifesto de fundação, o último encontro nacional e o funcionamento democrático e a combatividade que sempre caracterizaram o MTL.
Estaremos avançando na construção do MTL em caminhada separada a dos companheiros. Estes podem e devem fazer a experiência que consideram a mais adequada, tanto no campo da política partidária como no movimento de massas. Esperamos mais a frente fazer o balanço de nossas formas de atuação. Mas não desejamos a interferência dos companheiros de forma fracional nos organismos democráticos do movimento, nem aceitamos que falem em nosso nome sem que isto seja expressão e deliberação coletiva de organismos onde todos os setores do MTL participem.

Membros da Direção nacional: Zelito (GO), Zé Raimundo (MG), Barroso (MG), Eliana (MG).

MTL SP: Almir, Márcio, Alexandre e Piauí