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Brasil: Derecha asustada con ola de ocupaciones urbanas y rurales

23.07.03

País vive ‘espetáculo da invasão’, diz Alckmin
Governador condena onda de ocupações; sem-terra são presos em área do Estado em Colina

Num desabafo contra a onda de ocupações de terras e prédios em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse ontem que o País vive “o espetáculo da invasão”. Embora a expressão remeta ao “espetáculo do crescimento” prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em nenhum momento Alckmin citou diretamente o governo federal. “Estamos vivendo uma situação muito preocupante, é o espetáculo da invasão, que agora é por hora, não é mais por dia”, afirmou, após participar de solenidade em São Paulo.

Para ele, essa é uma situação muito preocupante porque rompe o caminho da ordem e da lei. “É uma coisa inadmissível, é um movimento político, é um movimento profissional, não é obra do acaso”, disse “Estamos vivendo no País uma indústria da invasão e um crescimento do espírito de confronto.”

O governador lembrou as invasões de prédios particulares e públicos na capital, da prefeitura de Tremembé (ocorrida anteontem) e da estação de pesquisa do governo em Colina, na região de Ribeirão Preto, onde sem-terra entraram em conflito com policiais militares na noite de segunda-feira.

Três homens foram presos e encaminhados para a Cadeia de Barretos. Eles vão responder a inquérito por roubo, tentativa de furto e formação de quadrilha.

Também detido, um menor foi liberado em seguida. Cerca de 150 sem-terra, que estavam numa estrada vicinal, tentaram invadir o Pólo Regional de Alta Mogiana (antiga Estação Experimental de Zootecnia).

Segundo a PM, eles renderam e agrediram o porteiro, José Antonio Moreira, de quem teriam sido roubados R$ 72. Depois, cortaram uma cerca de arame, invadiram um barracão e retiraram cinco tratores. Para conter os invasores, os policiais usaram gases lacrimogêneo e de efeito moral. O delegado de Colina, Fernando Cesar Galletti, disse que oito pessoas foram indiciadas por porte ilegal de armas (podões, facões e uma foice). “As nossas ferramentas eram para fazer barracos, não atacar”, disse Francisco das Chagas Costa, um dos coordenadores dos sem-terra, que são ligados à Federação dos Assalariados do Estado de São Paulo. “Os tratores não foram roubados, mas denunciamos que eles são de arrendatários que os guardam na fazenda.”

Ontem de manhã, quando a situação parecia sob controle, cerca de cem sem-terra invadiram um prédio da fazenda e prenderam aproximadamente 80 animais, usados em pesquisas científicas pelo Estado. “Temíamos algo grave porque tinha capim seco no local”, disse o capitão da PM de Barretos, Carlos Antonio Alves da Silva, que coordenou as duas operações policiais. “Mas conversamos e eles saíram dali pacificamente.”

Os sem-terra voltaram para a estrada vicinal, de onde deveriam sair, por decisão da Justiça - que acatou pedido de reintegração de posse - ainda ontem. Mas o prefeito de Colina, Dieb Taha (PMDB), dará um prazo de dez dias para tentar encontrar uma solução para o caso. O líder Costa disse que o grupo conseguiu o objetivo: chamar a atenção das autoridades para o problema, além da prorrogação do prazo da reintegração de posse da estrada.


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