CUIABÁ - Trabalhadores rurais promoveram ontem três bloqueios em duas rodovias federais nas regiões sul e oeste de Mato Grosso e invadiram a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Cuiabá. O Movimento dos Sem-Terra (MST) interditou dois trechos da BR-364 entre Jangada e Várzea Grande, e entre Rondonópolis e Pedra Preta, além da BR-174, que liga Cáceres (MT) a Porto Velho (RO), retendo ônibus e ambulâncias.
Na capital, cerca de 250 famílias de um grupo dissidente do MST, o Movimento dos Trabalhadores Acampados (MTA), invadiram o prédio do Incra pela terceira vez este ano. Há 55 dias as famílias estavam na frente do prédio. Segundo João de Oliveira, um coordenadores do MTA, os sem-terra querem a emissão de posses de terras em Primavera do Leste, Campo Verde, Rondonópolis, Pedra Preta e Barra do Bugres.
Nos bloqueios das rodovias, cujo trânsito foi interrompido nas duas pistas, os sem-terra fizeram manifestações usando foices, facões e bandeiras do movimento. Após a interferência da Polícia Rodoviária Federal, ambulâncias foram liberadas.
A direção estadual do MST informou que vai manter no Estado os bloqueios de rodovias federais e invasões de fazendas. “A nossa luta por terra vai continuar e queremos apenas a presença de representantes do Incra e do Instituto de Terras de Mato Grosso para atender nossas reivindicações”, disse Daniel Fernandes da Silva, um dos coordenadores estaduais.
No sul do Estado, o MST protesta contra a ordem de despejo das 200 famílias que estão acampadas na Fazenda São Francisco, a 70 quilômetros de Rondonópolis. A área, de 1.050 hectares, foi invadida no mês passado. Na região Oeste, o MST propõe há quatro anos a desapropriação de três áreas para assentar 5 mil famílias.