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Brasil: Lula inaugura encuentro de los capitalistas agrupados en la Internacional Socialista

28.10.03

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em seu discurso na abertura do 22.º Congresso da Internacional Socialista, em São Paulo, que a soberania do Brasil “foi e é ameaçada” porque governos anteriores, em nome da integração do País no mundo, “tornaram nosso país extremamente vulnerável aos movimentos dos capitais especulativos e às pressões das forças políticas que os sustentam”. Transformado em vedete do encontro, que trouxe a São Paulo líderes socialistas e social-democratas de mais de 140 países – muitos deles chefiando o governo em seus países – Lula fez um discurso duro, em que reafirmou as posições assumidas com relação à Alca e à Organização Mundial de Comércio e atacou o protecionismo de americanos e europeus, “que querem tarifa zero nas relações comerciais, mas não abrem mão de subsídios que alcançam US$ 1 bilhão por dia”. O presidente também ironizou “os conservadores”, que, segundo ele, “celebraram apressadamente a vitória de suas teses”.

É a primeira vez que a Internacional Socialista faz um de seus congressos no Brasil – e Lula o abriu no exato dia em que completou 58 anos de idade e um ano de sua vitória eleitoral. Inaugurado com um discurso da prefeita Marta Suplicy, o encontro debaterá, até quarta-feira, os horizontes do movimento socialista mundial, hoje dominado pela chamada Terceira Via, defendida pelo primeiro-ministro britânico Tony Blair.

Entre os presentes ao debate estarão figuras como o ex-primeiro-ministro português António Guterrez, o primeiro-ministro sul-africano Thabo Mbeki. Mas lá não estavam figurões da esquerda internacional como os líderes Felipe González, da Espanha, e Mikhail Gorbachev, da antiga União Soviética.

Depois de almoçar com alguns desses líderes, Lula dedicou a tarde às relações do Brasil com o continente africano, recebendo o sul-africano Mbeki e José Maria Neves, primeiro-ministro de Casa Verde. Com Mbeki, ele discutiu a aproximação dos movimentos sociais dos dois páíses e a necessidade de a IS “abrir-se para o Terceiro Mundo”. Teve também audiências com líderes do PS Francês e do Partido Democrático da Esquerda, da Itália. À noite deu jantar para 33 convidados, entre os quais o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB).


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