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Belém. IV Encuentro de los Comités Populares: Escogimos el camino de la autonomía y el protagonismo popular

24.01.04

Belém: Relatório do IV Encontro dos Comitês Populares
Por Comitês Populares de Belém 23/01/2004 às 19:14

O 4º Encontro realizado pelos Comitês Populares foi um importante momento de discussão coletiva sobre os caminhos trilhados por nós ao longo dos últimos meses. Neste momento, os Comitês da região metropolitana de Belém decidimos sentar e discutir algumas questões que considerávamos fundamentais para a compreensão do processo que estávamos construindo e a partir daí definir com mais clareza os rumos a serem tomados coletivamente. Por isso o Encontro teve um caráter interno, definição da plenária do dia 25/11.

Relatório do 4º Encontro dos Comitês Populares

Dias 13 e 14 /dezembro/2003

Local: Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)

Participantes: Comitês Resistência cabana, Cabanos, Guamá,Sacramenta, Cravo, UFRA/Terra Firme, MOEG (Gurupá), MRS (Ufpa) NUARA(Ufpa), Usina de reciclagem

APRESENTAÇÃO

O 4º Encontro realizado pelos Comitês Populares foi um importante momento de discussão coletiva sobre os caminhos trilhados por nós ao longo dos últimos meses. Neste momento, os Comitês da região metropolitana de Belém decidimos sentar e discutir algumas questões que considerávamos fundamentais para a compreensão do processo que estávamos construindo e a partir daí definir com mais clareza os rumos a serem tomados coletivamente. Por isso o Encontro teve um caráter interno, definição da plenária do dia 25/11.

Uma equipe pedagógica foi escolhida na plenária comum para preparar a metodologia do Pré-Encontro (realizado no dia 08/12/2003), elaborando então um roteiro/programa de discussão que também foi utilizado no 4º Encontro, abordando os seguintes eixos: memória, identidade, princípios, objetivos e organização dos Comitês Populares.

A necessidade de discutir e aprofundar esses eixos é conseqüência de um longo processo de amadurecimento dos Comitês Populares enquanto coletivos autônomos e de base, surgidos no bojo da luta contra a ALCA e o imperialismo, construindo mobilizações em seus espaços específicos e tecendo relações de solidariedade e coordenação entre si, buscando formas horizontais e descentralizadas de organização popular. Como era de se esperar, nossa maneira não-convencional de atuar provocou conflitos com pessoas e organizações dentro da campanha contra a ALCA, levando os Comitês a refletirmos seriamente sobre nossa relação com a campanha e com as demais organizações envolvidas na mesma.

Este Encontro é parte desta reflexão, que não se esgotando aqui, iniciou-se durante o pré-Encontro e continua acontecendo nos espaços coletivos gerados pelos Comitês Populares.

Os resultados desse processo ainda não estão totalmente definidos, mas já são visíveis alguns aspectos que nos enchem de coragem e alegria, como o esforço coletivo de colocar em prática os valores e princípios defendidos por todos nós.

Estamos vivendo um momento valioso em nossa caminhada. Não é todo dia que temos a oportunidade de definir, nós mesmos, os rumos e os ritmos de nossos passos. E não é sempre que homens e mulheres contróem seu próprio caminho ao andar, como nos dizia um velho poeta das Américas…

Saibamos aproveitar bem este instante.

AVANTE @S QUE LUTAM, ABAIXO O IMPERIALISMO!
AMÉRICA LIVRE, VENCEREMOS!

1º DIA: MANHÃ
SOBRE A CONJUNTURA DA LUTA POPULAR NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA

A abertura do encontro se deu com uma mística que lembrava, por meio de recorte de jornais, a luta popular . No chão havia um painel com o formato da América Latina, contendo acontecimentos referentes á luta do povo em nível mundial, nacional e local. Motivados pelas imagens que expressavam o conjunto de resistência do povo latino, foi lido a poema ‘‘Convite de Companheiro”de Zé Vicente – “Deste continente amado, Latino-América querida.De Guevara e Dom Romero. De milhões que deram a vida. A tarefa hoje é nossa, pra que o pobre amanhã possa ter a terra a garantida”. E em seguida foi cantado “Acorda América”.

Para iniciarmos a discussão dos principais eixos, foi proposta uma análise de conjuntura em torno dos pontos: resistência na América Latina, governo Lula, a crise dos movimentos sociais e a campanha contra a ALCA.

A equipe pedagógica sugeriu como metodologia à construção de uma análise participativa em três momentos: individual, em grupo e em plenária com a socialização das informações.

A princípio, foi lançada a pergunta “O que é conjuntura?” Para motivar a participação e esclarecer o procedimento da análise, fazendo a diferença de acontecimentos e fatos. Foram explicados também outros elementos como: atores, cenários, correlação de forças, perspectivas.

Inicialmente, cada participante foi convidado a escolher uma reportagem do painel da mística que mais lhe chamou atenção e comentar por que o escolheu. As opiniões foram as mais diversas:

Itajury - Roubo de madeira no interior do Pará (grilagem e biopirataria)
Silvana – Violência no campo (pistolagem no Pará e impunidade)
Simone-Julgamento dos crimes contra as crianças de Altamira (impunidade e injustiça)
Suely-Exportação do gás da Bolívia (solidariedade e consciência de classe)
Daniel- Exportação do gás da Bolívia (indignação do povo boliviano, participação do Brasil neste acontecimento, repressão do governo e necessidade de uma luta contínua).
Igor- Novo imperialismo americano que ataca todos os países, guerra ao Iraque (resistência do povo iraquiano, carnIficina em nome da ambição imperialista do governo americano, indignação e luta).
Geovana- Violência contra mulher (um caso de violência em Bujaru)
Luciney- Governo Zapatista em Chiapas no México (resistência)
Roberto (Betinho)- Repressão por parte da polícia no assentamento do MST (resistência e organização popular)
Ruberval- Aumento da passagem de ônibus em Belém (prejuízo a população, repressão e violência).

Após a socialização da análise individual foram divididos quatro grupos, os quais deveria eleger um acontecimento de maior relevância para fazer análise. Foi sugerido aos grupos que apresentasse o tema escolhido em forma de encenação.

A análise construída pelos grupos referiu-se a contextos locais, nacionais e mundiais, nos quais foram identificados os elementos da análise. Em seguida cada grupo apresentou a síntese da discussão enfatizando a compreensão da conjuntura de forma dinâmica e segundo uma visão dos oprimidos ou dos de baixo.

SINTESE DOS GRUPOS

No momento da plenária foram feitas algumas considerações sobre as perspectivas apontadas :

Daniel- Ampliar as lutas .
Quinha- Mudar a mentalidade das pessoas em relação os comitês (bagunceiros)
Silvana- Mudar a mentalidade através da organização de base.
Eloa- Para mudar a justiça, uma criação burguesa, é necessário mudar o sistema.

A equipe pedagógica avalia que o objetivo desta atividade foi parcialmente alcançado, uma vez que devido à falta de subsídios e preparo da equipe não foi possível correlacionar os acontecimentos de acordo com os pontos sugeridos (resistência na América Latina, governo Lula, a crise dos movimentos sociais e a campanha contra a ALCA), bem como aprofundar a discussão. No entanto, foi positivo o exercício da construção de uma análise participativa, possibilitando a troca de experiências e visão crítica de diferentes contextos, culminando na compreensão de que a luta de classe acontece nos vários segmentos da sociedade. Encerrou-se esse momento com o canto de animação…

1º DIA: TARDE
SOBRE MEMÓRIA E IDENTIDADE DOS COMITÊS

Para a parte da tarde foi proposto que se retomasse as discussões feitas no pré-encontro (08 de dezembro), as quais referiam-se a memória, identidade e princípios, já que a maioria dos participantes do encontro não puderam estar presente neste dia.

Reiniciou-se com uma mística em que, em circulo ao redor do painel de fotos referente as ações dos comitês, cada participante foi convidado a observar e escolher uma fotografia que mais lhe chamasse atenção, em seguida fizesse um breve comentário sobre a foto, e assim foi feito uma breve memória afetiva (individual ) da atuação de cada companheir@ dos comitês.

Em continuidade a discussão sobre a memória, os comitês presentes (que não participaram do pré-encontro) contaram sua história na luta contra a ALCA:

CUCA- Comitê da UFPA- foi criado em julho de 2002, participou do plebiscito contra a ALCA, passou por um período de desarticulação e agora estão dispostos a retornar a campanha.

Comitê da Pratinha- Conheceu a campanha através do comitê de Icoaraci e passou a promover o seu próprio trabalho.

Comitê do Cravo- Começou atuar a partir de 03 de março de 2003, através do incentivo de dona Antonina. Promoveram uma alvorada e colheram assinaturas.

Complementou-se o histórico de construção dos comitês com a síntese do pré-encontro, onde outros já haviam relatado sua participação no processo da campanha contra a ALCA. Foi apresentada também a síntese da memória comum, ou seja, um breve histórico coletivo do contexto em que surgiram os comitês e sua trajetória até o presente momento.

O segundo ponto a ser discutido foi referente à identidade dos comitês, que se procedeu através de uma dinâmica em que cada participante deveria desenhar algo que lembrasse os comitês. Em seguida, foi construído um painel com os desenhos e opiniões dos participantes. O passo seguinte foi à discussão em grupo que deveriam responder as seguintes perguntas: O que éramos? O que somos? O que queremos ser? A divisão dos grupos se deu por afinidade de comitês.

SÍNTESE DAS DISCUSSÕES SOBRE A IDENTIDADE DOS COMITÊS

Grupos
O que éramos?
O que somos?
O que queremos ser?

1- UFRA, UFPA,UEPA
Comitês de base da campanha
Transição
Maior inserção nas lutas populares, Comitês de luta popular, Comitês populares contra a ALCA.

2-Sacramenta e Cravo
Comitês de base contra a ALCA
Exemplo de resistência e autonomia, companheir@s de luta em busca da verdade e dignidade, incomodados, resistência popular de união e confiantes.
Resistentes na luta, soberanos, solidários entre os de baixo, comprometidos com o povo.

3-Resistência Cabana e Cabanos
Obs: o grupo não respondeu as perguntas por já ter participado desta discussão.

Comitês de lutas populares, objetivando construir uma organização de base, um espaço solidário ajudando na organização do povo.

Em síntese, percebeu-se que não houve grandes diferenças em relação às duas primeiras respostas, todos os grupos afirmaram que inicialmente éramos comitês de base da campanha, caracterizados pela dependência a organização da comissão estadual, e que hoje somos comitês populares autônomos de luta contra a ALCA, com organização própria. A terceira resposta, no entanto houve uma certa diferença, em que alguns (PSTU) defendiam a permanência do nome e do tipo de atuação, argumentando que 2004 é um ano decisivo da luta contra a ALCA e por isso os Comitês deveriam se opor a idéia de parte da coordenação Nacional da Campanha (que faz parte do governo), de querer a retirada do nome “contra a ALCA” já que este afeta o governo, o qual se posicionou a favor da “ALCA Light”. Por outro lado, outros defendiam a retirada do nome “contra a ALCA” argumentando que a mudança vai além da simples retirada do nome, ou seja, implica na ampliação de atuação e inserção nas lutas populares. “E necessário que possamos atuar em instâncias de base de forma mais direta, buscando mudar as estratégias de como atingir a população”.

A discussão ampliou-se em torno do nome “contra a ALCA” com várias opiniões:

Roberto (PSTU)- A coordenação Nacional não está perdida. O nome deve ser mantido por questões políticas. Os Comitês devem assumir a Campanha contra a ALCA no estado.

Luciney (Sacramenta)- Se for mudado o nome, não haverá sabotagem pois já teremos princípios que nos defendem de pessoas que querem nos desarticular.

Igor (Cabanos)- A mudança do nome é uma mudança estratégica para ter uma maior inserção na luta dos de baixo.

Otávio (PSTU)- Não existe duas lutas deslocadas, luta contra a ALCA e lutas específicas de bairro, a luta é uma só. Ano que vem será um ano decisivo para p acordo da ALCA, ´por isso não deve se retirar o nome “contra a ALCA” e deve-se ampliar os comitês.

Silvana – (Resistência Cabana)- Não devemos abandonar a campanha contra a ALCA, mas para atuar junto com a comunidade é necessário ampliar a luta .

Isaac – É consenso que éramos Comitês de base restrito a campanha, assim como é consenso que somos comitês populares, autônomos e coordenados. Quando discutimos o que queremos ser há três alternativas: Voltarmos a ser comitês de base restritos a campanha, continuarmos sermos comitês populares autônomos ou criarmos uma identidade própria sem se desligar da campanha contra a ALCA. Outro consenso entre os comitês é de continuarmos trabalhando na campanha. Os Comitês até um tempo atrás trabalhavam em função da campanha e em virtude disto não construímos uma identidade própria. Antes de embarcarmos em uma campanha mais ampla é necessário que definhamos nossa identidade. Quando uma organização defini-se, deixa de ser tarefeiro pois passa a possuir princípios e objetivos próprios .

Após um amplo esclarecimento da questão pelo companheiro Isaac, a plenária chegou ao consenso das opiniões acima citados. Estando a discussão ainda não amadurecida, decidiu-se priorizar outros pontos antes de definir o nome e a atuação dos Comitês. Dessa forma foi encerrada a discussão na plenária.

Considerando a proposta de metodologia para esse primeiro dia, pretendia-se discutir Memória, identidade e princípios, no entanto devido a falta de tempo, nossos objetivos foram parcialmente alcançados, haja visto que ainda faltou a discussão dos princípios sendo adiada para o dia seguinte.

2º DIA: MANHÃ
SOBRE OS PRINCÍPIOS DOS COMITÊS

Mística de abertura: Foram utilizados símbolos para representar os princípios: Tijolo, planta e tocha. O tijolo que sustenta a construção simboliza os princípios que devem sustentar a nossa luta; em uma planta, a raiz é a parte que nutre e fixa ao solo. Os princípios, assim como as plantas, devem ter raízes fortes e profundas. Por fim, foram apagadas as luzes da sala e o dia transformou-se em noite impossibilitando-nos de ver uns aos outros, mas de repente uma luz foi iluminando nossas faces e a pesar do escuro, pudemos ver novamente. A luz veio da chama de uma tocha acesa representando os princípios que iluminam nosso caminho.

Após a mística um companheiro da equipe pedagógica fez uma breve explicação sobre a diferença de princípios e valores. Em síntese, os valores são a carga ou o peso que atribuímos individualmente as coisas e os princípios são preceitos coletivos pelo qual não abrimos mão na luta, são absolutos e portanto não podem ser mensurados.

Depois desta explicação partirmos para a discussão em grupo tendo três perguntas a serem respondidas e socializadas por cada um dos quatro grupos na plenária de retorno:

1)Para que servem os princípios?
2)Quais princípios queremos construir?
3)Quais princípios não queremos construir?

Grupo Cupuaçu:
1º) Os princípios servem para direcionar as nossas ações; unificar as lutas; dar sustentação ao coletivo e portanto devem ser fortes e profundos.
2º) Queremos construir os princípios da consciência e da solidariedade de classe, organização, unidade, trabalho de base, construção e socialização do saber, autonomia, pluralidade, coerência e perseverança.
3º) Não queremos construir o assistencialismo, desigualdade, incoerência, dependência, sectarismo, inconseqüência, “tarefismo” (ato de dedicar-se exclusivamente as tarefas) e autoritarismo.

Grupo Bacuri:
1º) É o ponto que orienta nossa caminhada, que garante a coerência da militância, fixa na luta garantido chegar aos objetivos travados. Serve para construir uma sociedade justa e igualitária.
2º) Disciplina, autocrítica, autonomia, protagonismo popular, solidariedade com os de baixo, horizontalidade, ação direta, indignação, pluralismo, consenso.
3º) Individualismo, centralismo, vanguardismo e comodismo.

Grupo Taperebá:
1º) Servem para nos orientar. É a base da organização, o que nos sustenta e a fonte de nossa luta.
2º) Soberania, democracia direta, liberdade, resistência, protagonismo popular, horizontalidade, respeito mútuo, solidariedade de classe, pluralismo, companheirismo, internacionalismo, independência de classe, autonomia e autocrítica.
3º) Traição, calúnia, centralismo, omissão, oportunismo, personalismo, burocratismo e autoritarismo.

Grupo Uxí:
1º) Serve para orientar a nossa caminhada, para unir e fortalecer aqueles que lutam.
2º) Autonomia popular, solidariedade entre os de baixo, ação direta, democracia de base, horizontalidade, perseverança e companheirismo.
3º) Autoritarismo, centralização, sectarismo, hierarquia e “tarefismo”.

2º DIA: TARDE
SOBRE OS OBJETIVOS DOS COMITÊS

Mística de abertura: Consistiu em observar 3 caminhos feitos de cartolina e colocados no centro da sala. Estes caminhos partem de um mesmo ponto que continha a seguinte frase: “Quem não sabe para onde vai, não chega nunca”. Os caminhos seguem para horizontes distintos e a tarefa, em grupo foi: discutir sobre qual o Horizonte que queremos chegar, o caminho que temos de trilhar e os passos que teremos de dar em nossa caminhada.

1.O horizonte simboliza os nossos objetivos. Feito de cartolina, continha as seguintes perguntas: Onde queremos chegar com nossa luta? e o tipo de ser humano que queremos ser?

2.O caminho simboliza a nossa estratégia geral e continha a pergunta: Qual o caminho a seguir para chegarmos a esse ideal? 0

3.E os passos, feitos de cartolina em forma de pés e foram colocados no início de cada caminho, simbolizam as táticas desenvolvidas em nossa caminhada. Sua pergunta era: Quais os passos necessários para chegar a esse ideal?

Exposição dos grupos:

Grupo Açaí:
1º) Queremos chegar a um mundo novo, onde não haja classes, preconceitos, discriminação, exploração, opressão. Um mundo de justiça e liberdade construído sobre as ruínas deste mundo capitalista. Para construirmos o mundo novo a mudança deve começar pela gente. Devemos ser fiéis a luta do povo, solidários, ver o outro como pedaço de si e não ser mais individualistas.
2º) O caminho deve ser a luta popular. Devemos caminhar lado a lado aos nossos princípios. Com protagonismo popular, autonomia, solidariedade entre os de baixo e conscientização.
3º) O primeiro passo é a organização, para isso devemos fazer formações e planejar a nossa atuação. Além disso, o trabalho de base é imprescindível.

Grupo Pupunha:
1º) Queremos chegar a uma sociedade sem classes, onde a vida esteja em primeiro lugar. Um ser humano livre, com visão integral e capaz de vivenciar valores.
2º) Caminho da organização popular.
3º) Fortalecimento e mobilização das lutas dos trabalhadores, lutar contra ALCA e formação permanente através da educação popular.

Grupo Taperebá:
1º) Construir uma sociedade igualitária sem exclusão e repressão, com respeito mútuo. Uma sociedade comunal onde as coisas e os bens sejam comuns a todos. Uma sociedade onde não haja trancas e cadeados mas com portas e janelas para respeitar a privacidade de cada um. Uma sociedade onde o povo seja livre e soberano com liberdade individual de ir e vir, usufruindo das necessidades básicas garantidas a todos. Fim das desigualdades sociais e com movimentos sociais fortalecidos pelo próprio povo que decide o seu próprio futuro. Ser protagonista, sujeito transformador, perseverante, tolerante e coerente, fiel a seus princípios.
2º) Organização dos movimentos sociais protagonizados pelo próprio povo e com princípios definidos pelo próprio povo. Unir os movimentos em luta com r0espeito mutuo, fazendo a opção pela luta e organização popular como principal caminho da transformação social. Priorizar a ação direta, o protagonismo popular e a luta de classes. Não negociar com os de cima e organizar atividades nos comitês travando lutas e mobilizando o povo.
3º) Fortalecimento e consolidação dos comitês; consciência de classe; organização popular, autônoma e de base; levantar mais bandeiras de lutas e espaço de formação, planejamento e calendário de discussão das atuações.

2º DIA: TARDE
SOBRE A ORGANIZAÇÃO DOS COMITÊS

Esta atividade foi iniciada com uma dinâmica baseada em uma brincadeira tradicional chamada “escravos de Jó”. Para ser realizada com sucesso, deve haver muita sincronia entre os participantes e qualquer erro prejudica todo o andamento. A tarefa é passar com uma das mãos, um calçado ao companheiro sentado à direita e com a outra mão receber outro calçado do companheiro sentado à esquerda obedecendo ao ritmo da canção: “Escravos de Jó jogavam caxangá, tira, bota, deixa ficar. Guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue, zá, guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue, zá”. Deve-se repetir a canção enquanto não houver erro.

Esta brincadeira ilustrou bem o funcionamento de uma organização e os problemas que podem ocorrer por vários motivos citados como a falta de atenção, sintonia e cooperação, ritmo, etc.. que pode ocorrer em qualquer organização interrompendo o andamento das atividades e/ou prejudicando os seus resultados. Na brincadeira isto levou ao acúmulo de calçados nas mãos de alguns companheiros e a falta deles para outros. Neste caso podemos interpretar os calçados como se fossem as tarefas que sobrecarregaram uns enquanto outros ficam sem assumir tarefas.

Em seguida um companheiro da comissão pedagógica fez um questionamento ao grupo: O que precisamos para que tenhamos sucesso em nossa organização?
Respostas: Sintonia, ritmo, criatividade, incentivo, cooperação, participação, atenção, união, trabalho em grupo, compartilhar um objetivo comum, companheirismo, compreensão e respeito.

Em seguida, foram feitas duas perguntas ao grupo presente, que foram assim respondidas:
1. QUE ORGANIZAÇÃO QUEREMOS CONSTRUIR?

Queremos uma organização que trabalhe com sincronia; que seja classista, construída pela base e esteja a serviço do povo; que seja autônoma; descentralizada; democrática; horizontal e baseada nos princípios construídos em seus fóruns.

2. QUE ORGANIZAÇÃO NÃO QUEREMOS CONSTRUIR?

Não queremos construir uma organização autoritária; burocrática, verticalizada e piramidal; sem princípios; opressora; sectária, conservadora, partidária, assistencialista e oportunista.

ENCERRAMENTO E ENCAMINHAMENTOS

Após este momento, foi decidido encerrar o Encontro, definindo que teremos outros momentos para continuar a discussão aqui iniciada. A sensação que temos é de que demos alguns passos importantes, mas faltam ainda muitos outros a serem dados.

Mas entendemos que este Encontro não se encerra aqui: ele continuará nas discussões e debates que faremos ao longo dos próximos meses, até que tenhamos a clareza necessária sobre nossa identidade, nossos princípios, nossos objetivos e nossa forma de organização.

Escolhemos um caminho que não oferece facilidades ou atalhos pré-fabricados: escolhemos o caminho da autonomia e do protagonismo popular. Para nós, a caminhada está apenas começando…

Próximo momento comum:
PLENÁRIA DOS COMITÊS POPULARES – Dia 06/janeiro/2004
Às 19 horas na Igreja de santa Cruz
Pauta:
Apresentação do relatório do Encontro
Definição de um calendário mínimo para a continuidade das discussões
Outros encaminhamentos

AMÉRICA LIVRE, VENCEREMOS!


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