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Miles de afectados por represas inician ola de ocupaciones en Brasil

17.03.04

Atingidos por Barragens ocupam Barragem de Tucuruí, no Pará

Brasília - Na manhã desta segunda-feira (15), um grupo de famílias atingidas pela Usina Hidrelétrica de Tucuruí ocupou a barragem em protesto contra o descaso da Eletronorte e do Ministério das Minas e Energia no tratamento da população afetada pela obra.

A Barragem de Tucuruí, localizada sobre o Rio Tocantins, no estado do Pará, foi construída na década de 70 e é uma das maiores Usinas Hidrelétricas do Brasil. Já naquela época, milhares de famílias foram expulsas de suas terras sem receberem reparação adequada. Em 2003, a Eletronorte concluiu a segunda fase da barragem, que incluiu a instalação de novas turbinas, tendo como resultado a elevação do nível das águas que ameaça diretamente sete mil famílias, residentes nas ilhas existentes no lago.

Como alternativa para algumas famílias afetadas, a Eletronorte ofereceu uma casa na cidade de Tucuruí/PA, o que inviabiliza economicamente a vida de todos, já que as famílias tiram seu sustento da pesca, agricultura e criação de pequenos animais. Segundo Rosaly Dias Silva, moradora da ilha de São Roque, na localidade de Caraipé, no município de Tucuruí, a Eletronorte não respeita a população atingida, “ela não comunica nada às famílias, ela age, quando a gente vê a água está subindo e não temos para onde ir”, denunciou.

Apesar de sofrerem as conseqüências da Barragem de Tucuruí, nenhuma família moradora das ilhas possui energia elétrica em suas casas. Muitas vivem abaixo dos “linhões”, que transmitem eletricidade a preços subsidiados para as indústrias de alumínio existentes nas proximidades. Segundo Roquevam Alves Silva, um dos coordenadores do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) na região, os atingidos só irão desocupar a obra quando obtiverem garantias que a pauta de reivindicações será atendida pelo governo federal. “Não estamos reivindicando nada mais do que é nosso por direito, queremos o reassentamento de todas as famílias atingidas, a construção das casas, verba de manutenção e cestas-básicas, além de crédito e assistência técnica para retomar a produção na nova terra”, concluiu.

Mais informações: (94) 9663-6196 com Gilberto

Atingidos por barragens protestam contra
Barragem de Peixes, no Tocantins

Tocantins (16/03) - Trezentos agricultores atingidos pela construção da Usina Hidrelétrica de Peixes, construída no Rio Tocantins, no estado do Tocantins, deram inicio nesta terça-feira, dia 16 de março, a um protesto junto ao canteiro de obras da barragem, que já está com 40% da construção concluída. A população atingida pela UHE de Lageado, no mesmo Estado, solidários aos atingidos por Peixes, estão participando da mobilização.

Apesar do estágio avançado da obra, até o momento, a empresa construtora não abriu diálogo com a população. Segundo Gentil Martins Gomes, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), até o momento, ninguém foi reassentado ou recebeu qualquer tipo de reparação. “Vivemos uma ditadura na beira do Rio Tocantins, a empresa não respeita a população, nem sequer o cadastro das famílias foi feito”, denuncia Gomes.

A Usina Hidrelétrica de Peixes, que expulsará 500 famílias de suas casas, está sendo construída por um consórcio formado pelo Grupo Rede, pela EDP de Portugal e pela empresa estatal Furnas, que detém 45% das ações. Os atingidos querem que Furnas, por ser estatal, entre nas negociações para fazer frente as empresas privadas. Segundo Gentil Martins Gomes, os grupos privados dão prioridade absoluta para seus lucros, não dando importância para a questão social.

A mobilização na UHE Peixes, faz parte da jornada nacional de luta do Movimento dos Atingidos por Barragens, que está ocorrendo nesta semana, para marcar a passagem do 14 de março, Dia Internacional de Luta contra as Barragens. Na última segunda-feira (15), atingidos por barragens ocuparam a barragem de Tucuruí, no Pará. Também há mobilizações no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, entre outros estados.

Más informaciones de las diferentes movilizaciones en:
http://www.mabnacional.org.br/


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