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Brasil: Lula pide tregua, MST responde ‘no tienen por que parar las ocupaciones’. (portugues y castellano)

25.06.03

Lula pede paciência, mas MST rejeita trégua

Em solenidade no Planalto, presidente diz que “tem gente afobada e apressada”

BRASÍLIA - O governo Lula e o Movimento dos Sem-Terra deixaram claro ontem, no Palácio do Planalto, que já não falam a mesma língua.

Preocupado com as invasões de terras por todo o País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com a reforma agrária, mas pediu paciência, durante o lançamento do Plano Safra para a Agricultura Familiar 2003-2004. Presente à solenidade, o coordenador nacional do MST João Paulo Rodrigues afirmou, porém, que o movimento não pretende reduzir o ritmo das ocupações.

Ao discursar confirmando a liberação de R$ 5,4 bilhões em crédito para pequenos agricultores e assentados, Lula deu seu recado: “As coisas não acontecem no tempo em que a gente quer, mas quando a gente prepara para que aconteçam. E estamos preparando. Tem gente mais afobada, gente mais apressada, tem gente que gostaria que as coisas acontecessem fora de hora. Não acontecem.”

Logo após a cerimônia, João Paulo Rodrigues avisou, em entrevista concedida em pleno Salão Nobre do Palácio do Planalto, que as invasões de terra vão continuar: “A nossa luta é contra o latifúndio, não é contra o governo Lula. Não tem porque parar as ocupações de terra.”

Protesto do MST fecha pedágios no Paraná

Movimento teve, ainda, a participação da entidade Terra de Direitos e sindicalistas

CURITIBA - Pelo menos oito praças de pedágio do Paraná foram tomadas ontem por integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST), da organização Terra de Direitos e por sindicalistas. Eles montaram acampamentos, onde passariam a noite.

O objetivo foi pressionar pela votação de um projeto pelo qual o governo reassume a administração do sistema - aprovado no início da noite pela Assembléia Legislativa -, e forçar a apreciação de outro que proíbe a plantação e comercialização de transgênicos no Estado.

De acordo com a coordenação estadual do MST, foram mobilizadas 3,5 mil pessoas. As concessionárias Viapar e Rodonorte informaram que em algumas praças todas as comunicações ficaram comprometidas e equipamentos, danificados.

Dezenas de caminhoneiros se uniram ao protesto e ocuparam as ruas do Centro Cívico, em Curitiba. Eles acreditam que o projeto de encampação do pedágio pelo governo estadual poderá baixar em até 61% o valor da tarifa cobrada hoje.

Marcha - Os produtores da zona sul do Rio Grande do Sul decidiram ontem responder à marcha do Movimento dos Sem-Terra (MST), que caminham de Pântano Grande para São Gabriel, com outra marcha, no sentido contrário. A concentração está marcada para quinta-feira. O presidente do Sindicato Rural do município, José Francisco Costa, não informa a data de início do deslocamento, que será feito em caminhões e máquinas agrícolas.

A decisão acirra ainda mais os ânimos nessa região gaúcha. Uma audiência convocada pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembléia Legislativa não foi capaz, ontem, de apaziguar as partes.

Recurso - Em Belo Horizonte, o advogado dos herdeiros da Fazenda Norte América, Eustáquio Cruzoé Loures, disse que deverá entrar hoje com um pedido de reintegração de posse.

A propriedade, localizada no município de Capitão Enéas, foi invadida na última sexta-feira por 600 integrantes do MST. Um dos herdeiros acusou os sem-terra de depredarem a propriedade e matarem dois bois.

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Castellano.
No es traduccion, sino otra fuente.

Lula busca contener al movimiento Sin Tierra

BRASILIA - El presidente brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva, anunció ayer créditos oficiales por 1.600 millones de dólares para la agricultura familiar al tiempo que intenta contener una ola de invasiones de haciendas por parte del Movimiento Sin Tierra (MST).

La presentación del Plan Nacional para la Agricultura Familiar, que busca dar apoyo financiero a 1,4 millones de familias de pequeños productores, reunió en el palacio presidencial de Planalto a decenas de invitados, entre los que había varios grupos de campesinos organizados, pero ajenos al MST.

El plan incluye créditos por 5.400 millones de reales (cerca de 1.600 millones de dólares) para financiar la cosecha 2003/2004 y es, según Lula, el primero que se otorga antes de comenzar el período de siembra.

El mandatario, que enmarcó el Plan en la lucha contra la miseria en el país, indicó que los créditos beneficiarán sobre todo a mujeres y jóvenes agricultores que ayuden al programa “Hambre Cero”, principal estrategia asistencial del gobierno contra la pobreza.

El anuncio coincidió con una “ofensiva” del MST, un antiguo aliado del Partido de los Trabajadores (PT, en el gobierno), enfrentado ahora con Lula y su gobierno.

En las últimas semanas, el MST rompió una “tregua” prometida a Lula y reanudó las invasiones de haciendas públicas y privadas, método que ha usado desde su fundación para presionar por una reforma agraria radical.

Ese movimiento agrario brasileño fue fundado hace casi 20 años por activistas de izquierda y por católicos de base.

LUCHA. “Vamos a continuar las ocupaciones porque a nuestra lucha es contra el latifundio, y no contra el gobierno”, dijo Joao Paulo Rodrigues, uno de los coordinadores nacionales del MST, en respuesta a Lula.

En el momento en que Lula anunciaba ayer su plan, alrededor de un millar de familias de militantes del MST marchaban por distintas zonas del país dispuestas a invadir tierras, incluso en regiones conflictivas como el Pontal de Parapanema, que en el pasado ha sido escenario de cruentos enfrentamientos entre campesinos y hacendados.

En un manifiesto distribuido ayer por una de sus secciones, el MST reafirmó “su compromiso de luchar por la reforma agraria, porque sólo así se garantizará la paz en el campo”.

Aunque el MST le exige al gobierno de Lula celeridad en la reforma agraria y comenzar con los asentamientos que ha prometido, el jefe de Estado respondió ayer que “es necesario tener paciencia”.

El movimiento sostiene que su cambio de actitud respecto a Lula se debe a que aún no ha hecho nada para cumplir su promesa electoral de asentar a cuatro millones de familias campesinas.

En vísperas de anunciar este plan agrícola y en un reconocimiento tácito de que su gobierno y el MST están distanciados, el mandatario pidió a sus influyentes ministros de Secretaría, Luiz Dulci, y Casa Civil, José Dirceu, que convoquen para julio próximo una reunión con los líderes del movimiento campesino.

La iniciativa fue bien recibida por algunos dirigentes del MST, que aclararon, sin embargo, que no desean palabras sino acciones.

“Es importante que, después de seis meses, seamos recibidos por Lula. Si quiere conversar estamos disponibles, pero el problema no se resuelve con conversaciones, y mucho menos cuando aún el gobierno todavía no asienta una sola familia”, dijo Rodrigues. EFE


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