Sin techo ocupan terrenos en Macapá y en Santa Bárbara d’Oeste

25.Nov.03    Análisis y Noticias

Sem teto lutam em Macapá
Por Marko Ajdaric 25/11/2003 às 01:19

Notícia do Diário do Amapá, em 24/11/03

Depois de ordenar a reintegração de posse de um terreno no bairro Renascer, a “Invasão Nova Esperança”, onde mais de 200 famílias foram despejadas, a Justiça se prepara para receber novo pedido de reintegração, por esses dias. Dessa feita, o terreno em questão está localizado em Fazendinha, onde mais de cem de famílias sem-teto invadiram uma área de aproximadamente 180 hectares pertencente ao empresário José de Matos Costa. Oficialmente, Matos não acionou a Justiça pedindo a desocupação. Fala-se que ele estaria interessado em resolver o assunto junto ao Terrap-Instituto de Terras do Amapá, para então negociar a venda dos lotes com os invasores. O terreno fica à margem esquerda da Rodocia JK, próximo ao Basa Clube, nas imediações do parque de exposições. “Só queremos um lugar decente para morar”, observa uma moradora. Mais antiga que a invasão Esperança do Renascer, a invasão da Fazendinha começa a preocupar as autoridades, sobretudo pela maneira desordenada como está sendo conduzida. Um grupo que se intitula líder dos moradores estaria vendendo lotes a especuladores. Na área, ninguém confirma a existência do mercado negro de lotes, mas técnicos supostamente da Urbam e do Terrap estão investigando o caso e orientando os moradores acerca de uma possível saída deles de lá. Em tempo: Alguns invasores retirados do Renascer foram remanejados para os loteamentos Amazonas e Açaí. Outros, procedentesdo interior, alegando não ter para onde ir, armaram seus barracos em uma área ao lado da antiga invasão, mas devem ser retirados de lá a qualquer momento. O terreno desocupado no Renascer pertenceria a uma empresa paulista chamada “Continental”, que até agora não se manofestou sobre o destino que dará à área. Técnicos avaliaram que o lote tem um alto valor de mercado devido à sua localização: uma área de expansão imobiliária na zona Norte da cidade.

Sem-teto lutam em Santa Bárbara d’Oeste

Representantes de 100 famílias da ocupação do Parque Olaria, em Santa Bárbara d’Oeste, invadiram uma área pública no Parque Zabani, no início da madrugada de ontem. Policiais militares e guardas civis cercaram a área, mas o grupo permaneceu acampado. No local, um assentado de Sumaré, Lino Prado, está auxiliando na organização do acampamento, que recebeu o nome de Zumbi dos Palmares. Ontem de manhã, o secretário estadual de Habitação, Barjas Negri, recebeu integrantes da comissão do acampamento e colocou-se à disposição para resolver o problema, por meio dos governos estadual e federal.

A ação da PM para a reintegração dos apartamentos em construção, prevista para a madrugada de hoje, poderia tornar-se desnecessária pois os ocupantes prometeram deixar os prédios vazios antes da chegada da polícia. (leia texto abaixo)

O grupo chegou na área pública por volta da zero hora de ontem e iniciou a montagem das barracas. Uma viatura da Guarda viu o acampamento e pediu reforço na tentativa de impedir a ocupação.

Segundo os acampados, 15 viaturas da PM e Guarda cercaram a área e o grupo viveu momentos de tensão. O caminhão com as ferramentas e parte dos materiais para a montagem do acampamento foram apreendidos e liberados depois.

Os advogados das famílias, o deputado estadual Antonio Mentor (PT), o vereador Gilmar Vieira da Silva (PCdoB), representante da vereadora Zilda de Fátima Barbosa (PT), de sindicatos e do PCdoB estiveram no local.

Na tarde de ontem, 150 pessoas já estavam acampadas na área pública. De acordo com o presidente da comissão, José Roberto Martins, o acampamento deverá ter cerca de 280 famílias. “Quem ficou não tem para onde ir mesmo”.

O representante do Sinpro (Sindicato dos Professores), Conceição Fornasari, disse que Barjas Negri deverá intermediar, hoje, com o prefeito Álvaro Alves Corrêa (PMDB) a liberação de um ônibus ou perua para levar as crianças do acampamento à escola.

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