Brasil: Movimientos del PT planean ‘movilizaciones’ para cortar crecimiento de la lucha social desde abajo

04.Ago.03    Análisis y Noticias

Movimentos vão às ruas contra desemprego
Cinco plenárias vão reunir sindicalistas, estudantes e militantes de vários movimentos

O combate ao desemprego será o primeiro tema das manifestações que a recém-criada Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS)pretende realizar em todo o País, com o objetivo de forçar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a dar prioridade à agenda social. Já estão previstas cinco reuniões plenárias, nas cinco regiões do Brasil, a partir do dia 16, com a participação de militantes dos movimentos associados à nova coordenação.

Variam desde sindicatos de profissionais liberais e uniões estudantis a organizações de sem-teto, sem-terra e sem-trabalho. A primeira plenária deverá ser em Belém, no dia 13. A de São Paulo, no dia 23. Nas outras três capitais - Porto Alegre, Goiânia e Recife -, as datas ainda serão definidas.

Para a semana de 8 a 13 de setembro está prevista uma jornada contra o desemprego, que deverá culminar com manifestações unificadas nas principais capitais.

Paralelamente, a coordenação vai estimular o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que pretende promover ocupações de terrenos ociosos e com mais de 100 mil metros quadrados nas principais capitais, e do Movimento dos Sem-Terra. As ações da Central Única dos Trabalhadores (CUT) também deverão ser reforçadas em setembro e outubro, meses que concentram campanhas salariais de categorias importantes, como a dos metalúrgicos, petroleiros e eletricitários. A central, embora aliada do governo, deve endurecer nas negociações com empresas estatais, como a Petrobrás.

“As perdas salariais nos oito anos de governo Fernando Henrique foram grandes e não é abrindo mão dos nossos direitos que vamos ajudar o governo Lula”, diz Antonio Carlos Spis, secretário da comunicação da CUT e um dos articuladores da CMS.

Ainda neste mês, a União Nacional dos Estudantes pretende promover uma jornada nacional de lutas em defesa de “uma ampla e profunda reforma universitária” - conforme definição do presidente da entidade, Gustavo Lemos, ligado ao PC do B, outro aliado do governo. Em São Paulo haverá uma manifestação na Avenida Paulista no dia 15.

Eixo - Geração de emprego, desenvolvimento econômico com distribuição de renda e soberania nacional constituem o eixo em torno do qual devem girar as ações da nova coordenação. Segundo os dirigentes dos principais movimentos sociais do País, que decidiram unificar suas ações durante uma reunião, em São Paulo, no dia 26, essas eram as bandeiras programáticas do PT na campanha. Após a vitória, quando existia o temor de instabilidade econômica, elas teriam ficado em segundo plano. A meta agora é forçar Lula a colocá-las em evidência. Para eles, não se trata de oposição ao governo, mas apoio.

De imediato, o principal favorecido com a criação da coordenação é o MST, cujas principais bandeiras foram abraçadas e consideradas prioritárias pelos dirigentes de outros movimentos. A execução da reforma agrária e o apoio à agricultura familiar são vistas por eles como medidas prioritárias.

A luta contra a aprovação dos transgênicos e contra a constituição da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) - outras duas bandeiras essenciais do MST - também foram consideradas consensuais na organização, sob a argumentação de que nos dois casos a soberania nacional ficaria ferida.