Brasil: Sigue ola de ocupaciones. Se incrementa con bloqueos de carreteras y saqueos de camiones

09.Ago.03    Análisis y Noticias

MACEIÓ - Um grupo de cerca de 300 trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Sem-Terra (MST) promoveu bloqueios relâmpagos ontem de manhã nas rodovias AL-220 e AL-115, entre os municípios de Craíbas e Arapiraca, a 160 quilômetros de Maceió, e saquearam dois caminhões com cargas de alimentos - 17 toneladas de açúcar e quase 2 mil caixas de produtos à base de milho. A Polícia Militar montou barreiras em vários trechos das estradas do Agreste para evitar novos incidentes. Só esta semana quatro caminhões foram saqueados na região.

Na quinta-feira, um grupo de 200 sem-terra cercou e parou um caminhão das Indústrias Reunidas Coringa, manteve o motorista Ailton Francisco da Silva refém e saqueou, em menos de 5 minutos, carga de 17 toneladas (avaliada em R$ 80 mil, segundo informou a empresa) de produtos derivados de milho. O caminhão deixou a sede da empresa, em Arapiraca, pouco depois das 7 horas, rumo aos municípios de Major Isidoro, Cacimbinhas e Dois Riachos. Vinte minutos depois, Silva deparou-se com o bloqueio, até então considerado tranqüilo.

Ao avistar a aproximação da carga de alimentos, os trabalhadores empunharam foices e enxadas e avançaram sobre o veículo. O motorista não sofreu agressão física e só foi liberado por volta das 8 horas, quando um dos líderes do movimento certificou-se de que não havia um pacote sequer da carga transportada. O alimento saqueado foi levado para o Assentamento Ceci Cunha, que fica à margem da AL-220. Ao final do saque, um dos trabalhadores informou ao motorista o motivo da ação. “Estamos com muita fome e não agüentamos mais ver o choro de nossas crianças.”

O superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, Mário Agra, disse estar preocupado com a ação dos sem-terra e pede paciência. Segundo ele, 15 mil cestas básicas chegarão a Maceió no dia 15.

Presídio - Cerca de 500 trabalhadores ligados à Comissão Pastoral da Terra (CPT) e ao MST continuam acampados na frente do presídio Ciridião Durval, em Maceió. Eles dizem que só saem de lá depois que o Tribunal de Justiça de Alagoas julgar o habeas-corpus para seis sem-terra presos e autuados em flagrante pelo juiz Rivaldo Sarmento acusados de cobrar pedágio em um trecho da AL-101 Norte.

Integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) bloquearam ontem de manhã em Mato Grosso a rodovia BR-163, que liga o Estado ao Pará. Cerca de 350 sem-terra impediram o trânsito por três horas. O MST não descarta novo bloqueio da rodovia federal hoje. A ofensiva do movimento foi justificada pela falta de comida e água na Fazenda Taburacá, invadida na terça-feira por mil integrantes do Movimento dos Sem-Terra. Até o começo da tarde de ontem.