O desemprego já atinge mais de 2 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo. Pesquisa divulgada ontem pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) mostra que a taxa de desemprego subiu de 20% da População Economicamente Ativa (PEA), em agosto, para 20,6%, no mês passado. É a mais alta desde 1985, quando a pesquisa começou a ser feita, repetindo o pico histórico registrado em abril e maio deste ano. E indica que 2,030 milhões de pessoas estavam desocupadas em setembro, 61 mil a mais do que no mês anterior.
“O resultado de setembro foi uma surpresa desagradável, pois tradicionalmente é um mês de contratações”, diz a gerente de análises da Fundação Seade, Paula Montagner. Normalmente, a indústria costuma contratar funcionários nesse período para reforçar a produção de forma a atender ao crescimento da demanda no fim de ano. No entanto, foram fechados 49 mil postos de trabalho no mês passado, sendo 9 mil no setor industrial.
“A vida não está fácil nem para a renda e o emprego nem para a produção”, diz a diretora do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Clarice Messer. Segundo ela, as empresas ainda têm ociosidade, e por isso não fazem contratações imediatas. “Antes, elas dão trabalho para quem está ocioso e depois lançam mão de horas extras. Por fim, contratam, desde que acreditem que o aumento da demanda não é passageiro.”
De acordo com a pesquisa, o comércio fechou 24 mil vagas no mês passado, enquanto o setor de serviços eliminou outras 18 mil ocupações.