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Pataxós ocupam sede de parque na Bahia
Grupo também toma veículo do Ibama e avisa que só o devolve quando tiver a posse da terra
SALVADOR - Índios pataxós que reivindicam assentamento dentro do Parque Nacional do Descobrimento, em Prado, a 812 quilômetros da capital baiana, ocuparam ontem a sede de campo provisória do parque e tomaram uma viatura pertencente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), órgão que administra o local. São cerca de 30 famílias de pataxós, que dizem ter sido expulsas da área na década de 70, pela madeireira Brasil-Holanda.
Desde maio, os pataxós estão tentando instalar-se no parque, mas são impedidos por ações de reintegração de posse impetradas na Justiça pelo Ibama. O governo federal comprou a área que pertencia à madeireira durante as comemorações dos 500 anos do Descobrimento, há quatro anos, para criar o parque nacional e preservar a mata atlântica remanescente na região. De acordo com os técnicos do Ibama, nos 21 mil hectares do parque podem ser encontradas várias espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, como onças pintadas, pardas e negras. Árvores raras, como o jacarandá, também estão preservadas no local.
Contatados pelos funcionários do Ibama, os índios disseram que vão desocupar a sede. Mas explicaram que pretendem ficar com o veículo do órgão enquanto a posse da terra não lhes for devolvida. A antropóloga Maria do Rosário está realizando, a pedido da Fundação Nacional do Índio (Funai), um estudo fundiário na região para determinar quem tem direito às terras em Prado e no entorno do vizinho Monte Pascoal, onde outro grupo de índios pataxós de Coroa Vermelha invadiu várias fazendas. O trabalho deve ser concluído até o fim do ano.
